Táxi pode se tornar patrimônio cultural da cidade de São Paulo!

Icônicos, os ‘branquinhos’ com luminosos já são parte inerente da paisagem urbana e da história da capital paulistaa

Projeto de lei apresentado pelo vereador Adilson Amadeu (PTB/SP) pode tornar o táxi paulistano como patrimônio cultural e imaterial da cidade de São Paulo. Sob o número 576/2018, o projeto foi apresentado no fim do ano e deve passar a tramitar nas comissões temáticas da Câmara Paulistana neste semestre, podendo ser votado ainda neste ano.
Icônicos, os ‘branquinhos’ com luminosos já são parte inerente da paisagem urbana e da história da capital paulista. Presença constante em novelas, comerciais, filmes de época, personagens de livros e em outras narrativas culturais, os táxis fazem parte do imaginário paulistano. Os primeiros veículos datam do começo do século XX e se concentravam no Largo da Sé e no Pátio do Colégio. Na frota da metrópole, também foram comuns os DKW, na década de 60, e os Fuscas, os preferidos nos anos 80.

“Os táxis possuem um valor afetivo muito grande com os moradores paulistanos. E também um valor iconográfico muito forte com a paisagem urbana da cidade. Uma categoria de mais de 40 mil profissionais, que vem passando por uma fase extremamente turbulenta, mas que são merecedores de reconhecimento e valorização pelo serviço que prestam. É uma homenagem justíssima e uma forma de garantirmos a memória de nossa cidade”, explica o autor do PL.

O que é o Tombamento?

O tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.

SAIBA MAIS – CURIOSIDADES E NÚMEROS DA FROTA PAULISTANA

– A profissão de taxista data do final do século 19, na cidade alemã de Stuttgart, com os primeiros veículos motorizados e sistema de cobrança por taxímetro. O sistema se popularizou pela Europa no começo do século 20.

– Já em São Paulo, a profissão surgiu com outro nome – ‘Chofer de Praça’ – e ganhou projeção ainda maior com um filme (de nome homônimo) do lendário cineasta e ator Amácio Mazzaropi, na década de 50.

– Atualmente, são 39 mil táxis disponíveis na cidade de São Paulo e cerca de 45 mil taxistas ativos, sendo a terceira maior frota do mundo (atrás apenas de Buenos Aires e Cidade do México). A capital paulista possui também a maior frota de veículos acessíveis do mundo, com 93 táxis adaptados.

– Em pesquisa divulgada recentemente, cerca de 70% da categoria atende pelo menos um aplicativo. Recentemente, a cidade de São Paulo ganhou um aplicativo exclusivo – SPTaxi -, disponível nas versões Android e IOS e com descontos de 40% no preço das corridas. Já com relação ao pagamento, 100% da frota paulistana é equipada com meios de pagamentos eletrônicos (débito e crédito).

– Um dos benefícios mais diferenciados do serviço, os corredores e faixas exclusivas de ônibus e táxis garantem uma corrida 30% mais rápida do que um carro comum, se considerados trechos iguais. O estudo foi divulgado no mês de junho pelo instituto Data Science & Business Intelligence, da Easy.

– Durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, o serviço de táxi paulistano foi avaliado positivamente por 89% dos turistas e jornalistas estrangeiros, segundo pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas, à época. Foi um dos itens mais bem avaliados em infraestrutura do Mundial brasileiro.

ORIGEM DA PALAVRA – No século XIX era muito comum pequenas carruagens de aluguel chamadas cabriolés (duas rodas, um cavalo, conversível), que na França e na Inglaterra se chamava CABRIOLET. Na Inglaterra a palavra foi reduzida para CAB, com o mesmo uso. O cocheiro era chamado de CABBY.

No fim do século passado inventou-se um aparelho mecânico para possibilitar o pagamento do uso dos cabriolés em função da distância. O aparelho foi chamado de TAXÍMETRO (taximeter). Os cabriolés assim equipados foram chamados de TAXIMETER CAB, nome depois reduzido para TAXICAB e, continuando o processo de abreviação vocabular, chegamos ao TAXI.

Com o advento do automóvel, a mesma terminologia foi transferida para as “carruagens sem cavalo”. Nos EUA até hoje os termos CAB, TAXICAB e TAXI são usados indistintamente. Como dissemos o antigo cocheiro era conhecido como CABBY, mas este termo não é mais utilizado, preferindo-se taxi driver.

VOCÊ SABIA? Dia do taxista também é lei municipal e estadual

Desde 1994, o taxista também tem um dia inteiro só dele no calendário oficial da cidade de São Paulo. O Dia do Taxista (08 de julho) foi instituído por meio de projeto de lei em maio daquele ano para prestar uma homenagem a esta categoria respeitada de profissionais, que sabem de todos os assuntos que afetam a capital paulista. Em 2001, foi a vez de a Assembleia Legislativa tornar a data oficial em todo o Estado, também por meio de PL. Já em alguns estados, o dia 25 de julho (Dia de São Cristovão, padroeiro dos motoristas) foi escolhido para celebrar a data.

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Adilson Amadeu
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