Como membro da Comissão de Trânsito, e presidente da CPI dos Aplicativos, tenho algumas ponderações importantes para detalhar sobre a questão do serviço de mototáxi anunciado semana passada pela UBER em SP:
Segue o fio…..
Também sou autor da lei que proibiu o serviço de mototáxi em nossa cidade. Lei foi aprovada em 2018, mas julgada inconstitucional pela Justiça no ano seguinte, em mais uma decisão carente de embasamentos.
Toda a questão em si é ultrajante, por parte da Uber. Anunciou o serviço sem sequer comunicar ou pedir autorização do poder público. O que demonstra o tamanho do desrespeito da empresa com a nossa cidade.
Uma das recomendações apontadas no relatório da CPI, foi que a Câmara tenha ao menos duas cadeiras permanentes no Comitê de Uso do Viário e lutarei por isso agora. O Parlamento tem que estar presente nas discussões que envolvam a mobilidade paulistana.
Antes de mais nada, a questão deve ser tratada como uma questão de saúde pública. Acidentes com motos representam cerca de 80% das vítimas fatais envolvidas com o trânsito paulistano. Esse número certamente aumentaria exponencialmente em números absolutos.
São Paulo possui um panorama completamente diferente de outras cidades, onde o serviço funciona por causa de suas especificações urbanas locais e culturais e já foi regulamentado, como no caso de algumas capitais nordestinas.
Trata-se de um retrocesso gigantesco estimular um tipo de viagem individual em uma metrópole na qual o trânsito é um dos maiores empecilhos na vida de seus moradores. A saída prioritária deve sempre caminhar para o incentivo ao transporte público coletivo.
Ou encaramos o debate de maneira séria como uma política de gestão (e neste caso específico, até mesmo de saúde) pública ou caminharemos para a catástrofe anunciada. Desde já anuncio que sou contra e trabalharei para ajudar a vetar esse tipo de transporte.