A matéria de ontem, produzida pelo Fantástico na Rede Globo, traz algumas reflexões que precisam ser feitas pela categoria. E também alguns impactos que precisam ser analisados com muito cuidado.

As revelações da denúncia em si, que tratam de fraudes na compra de carros novos para obter benefícios fiscais assegurados (por direito, há décadas) a um motorista profissional, não chegam a ser novidade para quem convive no meio. E por sinal, é algo que venho pontuando há tempos. O que não dá para admitir é que empresários (ou outras categorias) tirem o pão de cada dia daqueles que almejam trabalhar dignamente como motoristas profissionais.

Mas precisamos fazer o debate sobre como impediremos que essas fraudes continuem a se repetir, sob risco da categoria ser a principal prejudicada por erros sistêmicos que nada tem a ver com os verdadeiros profissionais que trabalham e honram a profissão.

Isso sem falar em outros milhares de trabalhadores que sonham, há anos, com uma autorização do poder público para poder trabalhar. Algo que aqui em São Paulo, buscamos equacionar com o sorteio de 5.000 alvarás e o mutirão das transferências.

Mas esse é um debate que deve ser pautado e amplamente discutido com toda a categoria para que consigamos encontrar o melhor caminho e o ponto de convergência para sanarmos esta incômoda questão. E de maneira que equilibre o sistema e busque atacar as distorções e trazer isonomia ao setor.

A denúncia em si, traz aspectos ainda mais graves, se contextualizadas e lembrarmos que o pacote da reforma tributária está em debate para aprovação no Congresso Nacional. E também sobre a luta pela permanência das transferências, prevista para ser encerrada em abril de 2025, conforme decisão do Supremo. São duas questões que podem impactar diretamente o futuro da categoria.

De nossa parte, seguiremos abertos ao diálogo e à construção, buscando uma solução para que os verdadeiros profissionais não saiam prejudicados.